Marco Antônio de Morais Alcantara
#DisponibilidadeDaÁgua #ProcedênciaDaÁgua #DemandaPelaÁgua #UsosDaÁgua
Uma questão que se coloca nos últimos tempos é sobre a
disponibilidade da água para a sobrevivência da humanidade. Algumas
observações podem ser colocadas quanto a esta questão, visto que
sobre isso pesam diversas contingências. Em primeiro lugar podemos
considerar a sua procedência de modo a se ter um montante disponível
à sociedade humana. Os autores têm sido unânimes em apresentar a
disponibilidade da água com base na sua movimentação através do
ciclo hidrológico. A partir deste, podemos distinguir para
utilização e consumo as águas superficiais e as águas
subterrâneas, sejam de aquíferos livres ou confinados. Contudo, de
modo geral, este montante disponível pode ser objeto de demandas
diversas, tais como: populacional, de atendimento a diversos serviços
e setores da sociedade, de reservas específicas, de navegação,
produção de energia e outras.
A Figura 1 apresenta a movimentação da água através do ciclo hidrológico citado anteriormente.
Figura 1: Movimentação da água através do ciclo hidrológico
Considerando a primeira demanda, por um contingente populacional, uma
problemática é apresentada quando se considera o montante de água
disponível em uma região, país ou continente, e a sua população.
Neste sentido, as populações de regiões áridas tendem a ser
penalizadas. Neste contexto a própria sobrevivência humana passa a
estar em risco, considerando a demanda diária para a alimentação,
higiene e sustentabilidade por meio da agricultura, por exemplo. A
complexidade da sociedade em desenvolvimento gera novas demandas,
como da indústria e a produção de bens, que requerem água para o
processamento; ainda, a agricultura como uma grande empresa, o
agronegócio, requerendo água para irrigação. Estas demandas
tendem a crescer. Mesmo o usuário também pode contribuir para o
aumento desta demanda, através dos seus hábitos pessoais e
familiares, de ordem estética, de higiene e de conforto.
A
cidade concentra atividades e locais de utilidade pública, que serão
pontos de demanda. Reservas são feitas para possíveis atuações
como nos casos de incêndios. Uma sociedade desenvolvida necessita de
oferta de energia suficiente para alimentar aparelhos elétricos,
requerendo a construção de usinas hidroelétricas. Ainda, água
superficiais são utilizadas para a navegação.
Situações
conflitantes podem surgir quando se considera o uso da água dentro
dos seus diversos objetos de interesse. Dentre estas podem ser
apontadas a sua condição de sua apropriação. Populações
carentes de água em regiões ricas em águas subterrâneas, ou,
populações impedidas por seus meios disponíveis de captar água de
poços, devido ao rebaixamento do lençol freático, por
interferência da exploração de poços por parte de grandes
empresas. Outros casos são de populações que não podem utilizar
da água, por estarem estas impróprias para o consumo, comprometidas
com produtos resultantes da atividade antrópica.
Dentro
do ciclo hidrológico o retorno da água à natureza de modo geral
pode se dar pela evaporação, pelo escoamento superficial, pelo
escoamento subsuperficial, que alimenta rios e córregos (e tende
para o mar); e pela evapotranspiração, através das plantas.
Do
ponto de vista da sustentabilidade são consideradas as questões
sobre o que é captado e como é que é devolvido aos mananciais.
Neste sentido, considera-se sobre a parte retornável de uso
doméstico, por exemplo, pode ser decomposta em uma parte pode ser
utilizada para regar jardins, alimentando o solo e as plantas,
enquanto que outra pode ser retornada com efluente de sistemas de
esgoto. Considerando por exemplo o caso do agronegócio, é tomado em
consideração a infiltração no solo, e a incorporação a este
também de resíduos agrotóxicos.
Destaca-se
aqui a preocupação de que a atividade antrópica pode impactar
sobre a disponibilidade da água. A água devolvida ao meio físico
ou ao corpo receptor não poderá ser reutilizada da forma como ela
assim volta; as águas residuárias podem impactar o sistema onde
elas são descartadas. Estas poderão conter matéria orgânica de
origem natural, matéria orgânica processada, metais pesados,
substâncias tóxicas, além de micro-organismos patogênicos.
Outros
fatores que ainda contribuem para o comprometimento dos mananciais
são os processos de erosão superficial, que vem a trazer a
acumulação de resíduos aos cursos d’água, intervindo na sua
turbidez.
Com
respeito à água subterrânea, considera-se a preocupação de que
os resíduos estão sujeitos à ter acesso ao lençol freático,
vindo eles a contaminar ou de serem conduzidos pelo fluxo do
escoamento subsuperficial aos corpos d’água superficiais.
Esta
é a problemática dos dias atuais. Com o crescimento da população,
da necessidade do crescimento econômico, e da aglomeração em
metrópoles o problema vem a se agravar, tanto pela poluição do
solo, como das águas residuárias, sendo desafios atuais para os
estudos sobre a prevenção da poluição do solo e para o tratamento
de águas residuárias, ou de outras fontes, como a do mar, dentro do
contexto mais complexo que podemos pensar.
Referências
bibliográficas de apoio
MIHELCIC,
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Sustentabilidade e Projeto.
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