segunda-feira, 5 de setembro de 2016

O RIO COMO OBJETO DE EXPANSÃO POPULACIONAL


Foto: Marcelo Alcantara


Por: Carlos Eduardo Covolo*


É fato que a água é essencial para a existência, tanto que, na procura por vida interplanetária, este é um item primordial a ser descoberto e quantificado. E, por essa importância, a água se torna substância inerente a uma cidade, sendo citada, por muitos autores, como tema de uma possível terceira guerra mundial.
Tal importância já era confirmada em épocas remotas. O rio Nilo, com cerca de 6.650 km de extensão, é prova disso: foi fundamental na construção da sociedade egípcia e, ainda hoje, há um “rastro” populacional no seu entorno, o que fica comprovado através das imagens obtidas por satélites, as quais apresentam um espectro luminoso ao longo do rio.
Outro que pode ser citado é o rio Reno. Com sua nascente nos Alpes suíços e desaguando no Mar do Norte, com aproximadamente 1.230 km de extensão, foi limite do território Romano com os povos Bárbaros, sendo, portanto, ponto estratégico fundamental, tanto em questão bélica quanto comercial que, atualmente, atua como via de transporte para minérios de ferro e carvão.
O rio Sena, na construção de Paris; o Rio Pó, na construção das cidades italianas; o rio Danúbio, o qual tem importante papel na Alemanha, Áustria, Eslováquia, Hungria, Sérvia, Romênia, Bulgária, desaguando no Mar Negro, são exemplos de rios historicamente importantes na Europa.

Não é necessário irmos tão longe. A importância dos rios na construção da cidade de São Paulo fica evidenciada no documentário  “Entre Rios”, o qual nos apresenta os rios Anhangabaú e Tamanduateí como formadores da Vila de São Paulo, os quais hoje, ironicamente, a cidade tenta esconder. Neste contexto, o historiador Janes Jorge, da Universidade de São Paulo, afirma que os rios Tietê, Pinheiros, Anhangabaú e Tamanduateí são elementos fundamentais na formação da cidade de São Paulo, e que não é possível discutir a urbanização de São Paulo sem o relacionamento dos rios com a população ao longo do tempo. Ainda no estado de São Paulo, temos que o rio Tietê foi a via para os Bandeirantes, os quais abriram rumo ao interior do Estado.


 Um outro vídeo interessante é o da "cidade dos rios invisíveis"


Fica claro, portanto, que a humanidade se deu conforme o desenho dos rios. Escondê-los, ou pior, esquecê-los como formadores das sociedades contemporâneas é, no mínimo, ignorar parte da história que está diante de nós.

*Autor: Carlos Eduardo Covolo, graduando em Engenharia Civil na FEIS/UNESP.
BRITANNICA ESCOLA ONLINE. Rio Reno. Disponível em: <http://escola.britannica.com.br>. Acesso em: 26 ago. 2016.
CABRAL, Danilo Cezar. Falta de água pode causar a 3ª Guerra Mundial? Disponível em: <http://planetasustentavel.abril.com.br>. Acesso em: 26 ago. 2016.
ASSAD, Leonor. Cidades nascem abraçadas a seus rios, mas lhes viram as costas no crescimento. Disponível em: <http://cienciaecultura.bvs.br>. Acesso em: 26 ago. 2016.