domingo, 4 de outubro de 2015

A INTERAÇÃO DA CIDADE COM O USUÁRIO


Marco Antônio de Morais Alcantara

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A imagem da cidade, o mapa mental e a organização do indivíduo

 Conforme Lynch (2011), a cidade é um objeto sujeito à percepção de seus habitantes; todo indivíduo possui muitas relações com alguma parte da cidade, e estas ficam impregnadas de memórias e significados para si. Diz-se então que o indivíduo tem uma imagem mental de sua cidade. A percepção que o indivíduo tem de sua cidade permite a criação de símbolos e ícones, e que podem ser utilizados para a sua orientação no espaço.


 Em termos de um papel funcional, estruturar e identificar o meio ambiente é uma atividade biológica vital de todo animal, e está relacionado ao seu extinto de sobrevivência. A imagem pode ser o produto de sua percepção imediata, e também esta pode estar ligada à memória de sua experiência passada, de modo a se interpretar informações e a comandar ações. A imagem e a interpretação visual do ambiente estão enraizadas no indivíduo, ela influência nas suas emoções. A imagem permite a orientação para os deslocamentos e para a criação de um referencial.

Não somente afetando a nível individual, socialmente, uma estrutura física viva e integral pode ser capaz de produzir uma imagem clara, desempenhando um papel social. Pode fornecer a matéria prima para os símbolos e memórias coletivas e de comunicação entre grupos.

Importa que a cidade seja legível, e que o indivíduo possa se estruturar no espaço. As partes têm que ser reconhecidas em uma estrutura coerente, porém, as imagens do meio ambiente são o resultado de um processo bilateral entre o observador e o meio: O meio ambiente sugere distinções e relações, e o observador, conforme os seus objetivos próprios, pode selecionar, organizar, e dar sentido ao que ele vê. A imagem de uma dada realidade pode variar significativamente de um observador para outro. Independentemente dos aspectos, a percepção varia conforme a experiência, familiaridade, e cultura do observador.

A imagem do ambiente pode ser analisada sobre três aspectos: identidade, estrutura e significado. A primeira está ligada a relação que o observador tem com o objeto em si, como parte separável; a segunda, com a relação que o objeto tenha com outras coisas, e a terceira está ligada com um fim prático e útil para o observador, assumindo, sobretudo, aspecto emocional.

Lacaze (1995) considera as redes viárias com papel importante na estruturação e orientação espacial. Conforme o autor, o ambiente construído é estruturado pelas redes viárias, onde estas se organizam e dão legibilidade aos diferentes lugares, e a capacidade ade acesso a eles; assim como também formam a ossatura do mapa mental graças ao qual se pode orientar e andar pela cidade. Outras redes, a maior parte muitas vezes enterradas, asseguram o funcionamento técnico das construções. O conjunto forma uma mecânica complexa e dispendiosa, indispensável ao bom funcionamento da cidade.

Além das vias, o autor considera também os limites, os bairros e os monumentos erigidos.

Bibliografia


LACAZE, J.P.  A cidade e o urbanismo.  Lisboa, Piaget, 1995, 141p.

LYNCH, K. A imagem da cidade. Lisboa. 2011, Edições 70, 198 p.


Sobre o autor:

*Marco Antônio de Morais Alcantara é Engenheiro Civil formado pela Universidade Federal de São Carlos-BR, com ênfase em Engenharia Urbana (1986); Mestre em Engenharia Civil, área de concentração em Geotecnia, pela Universidade Federal de Viçosa-BR (1995); Master Génie Civil, Matériaux et Structures, pelo Institut National des Sciences Appliquées de Toulouse-FR (2001); Docteur Génie Civil, Matériaux et Structures, pelo Institut National des Sciences Appliquées de Toulouse-FR (2004);  e tem pós-doutorado em Estruturas pela Universidade do Porto-PT (2012). É docente da FEIS/UNESP desde 1987.