Marco Antônio de Morais Alcantara
#ImagemDaCidade #InteraçãoCidadeUsuário
A imagem da cidade,
o mapa mental e a organização do indivíduo
Conforme Lynch (2011), a cidade é
um objeto sujeito à percepção de seus habitantes; todo indivíduo possui muitas
relações com alguma parte da cidade, e estas ficam impregnadas de memórias e
significados para si. Diz-se então que o indivíduo tem uma imagem mental de
sua cidade. A percepção que o indivíduo tem de sua cidade permite a criação de
símbolos e ícones, e que podem ser utilizados para a sua orientação no espaço.
Em termos de um papel funcional,
estruturar e identificar o meio ambiente é uma atividade biológica vital de
todo animal, e está relacionado ao seu extinto de sobrevivência. A imagem pode
ser o produto de sua percepção imediata, e também esta pode estar ligada à memória de sua
experiência passada, de modo a se interpretar informações e a comandar ações. A
imagem e a interpretação visual do ambiente estão enraizadas no indivíduo, ela influência nas suas emoções. A imagem permite a orientação para os
deslocamentos e para a criação de um referencial.
Não somente afetando a nível
individual, socialmente, uma estrutura física viva e integral pode ser capaz de
produzir uma imagem clara, desempenhando um papel social. Pode fornecer a
matéria prima para os símbolos e memórias coletivas e de comunicação entre
grupos.
Importa que a cidade seja
legível, e que o indivíduo possa se estruturar no espaço. As partes têm que ser
reconhecidas em uma estrutura coerente, porém, as imagens do meio ambiente são
o resultado de um processo bilateral entre o observador e o meio: O meio
ambiente sugere distinções e relações, e o observador, conforme os seus
objetivos próprios, pode selecionar, organizar, e dar sentido ao que ele vê. A
imagem de uma dada realidade pode variar significativamente de um observador
para outro. Independentemente dos aspectos, a percepção varia conforme a
experiência, familiaridade, e cultura do observador.
A imagem do ambiente pode ser
analisada sobre três aspectos: identidade, estrutura e significado. A primeira
está ligada a relação que o observador tem com o objeto em si, como parte
separável; a segunda, com a relação que o objeto tenha com outras coisas, e a
terceira está ligada com um fim prático e útil para o observador, assumindo,
sobretudo, aspecto emocional.
Lacaze (1995) considera as redes
viárias com papel importante na estruturação e orientação espacial. Conforme o
autor, o ambiente construído é estruturado pelas redes viárias, onde estas se
organizam e dão legibilidade aos diferentes lugares, e a capacidade ade acesso a
eles; assim como também formam a ossatura do mapa mental graças ao qual se pode
orientar e andar pela cidade. Outras redes, a maior parte muitas vezes
enterradas, asseguram o funcionamento técnico das construções. O conjunto forma
uma mecânica complexa e dispendiosa, indispensável ao bom funcionamento da
cidade.
Bibliografia
LACAZE, J.P. A cidade e o urbanismo. Lisboa, Piaget, 1995, 141p.
LYNCH, K. A imagem da cidade. Lisboa. 2011, Edições 70, 198 p.
Sobre o autor:
*Marco Antônio de Morais Alcantara é Engenheiro Civil formado pela Universidade Federal de São Carlos-BR, com ênfase em Engenharia Urbana (1986); Mestre em Engenharia Civil, área de concentração em Geotecnia, pela Universidade Federal de Viçosa-BR (1995); Master Génie Civil, Matériaux et Structures, pelo Institut National des Sciences Appliquées de Toulouse-FR (2001); Docteur Génie Civil, Matériaux et Structures, pelo Institut National des Sciences Appliquées de Toulouse-FR (2004); e tem pós-doutorado em Estruturas pela Universidade do Porto-PT (2012). É docente da FEIS/UNESP desde 1987.
Sobre o autor:
*Marco Antônio de Morais Alcantara é Engenheiro Civil formado pela Universidade Federal de São Carlos-BR, com ênfase em Engenharia Urbana (1986); Mestre em Engenharia Civil, área de concentração em Geotecnia, pela Universidade Federal de Viçosa-BR (1995); Master Génie Civil, Matériaux et Structures, pelo Institut National des Sciences Appliquées de Toulouse-FR (2001); Docteur Génie Civil, Matériaux et Structures, pelo Institut National des Sciences Appliquées de Toulouse-FR (2004); e tem pós-doutorado em Estruturas pela Universidade do Porto-PT (2012). É docente da FEIS/UNESP desde 1987.