Marco Antônio de Morais Alcantara
A presença da infraestrutura urbana se constitui em uma necessidade para um município. A partir destas podem ser criadas as condições de circulação, de trafegabilidade, o disciplinamento das águas pluviais, a distribuição de água potável, o recolhimento de efluentes, a energia, a arborização e a redução de pó, entre outros fatores.
As condições de infraestrutura urbana são fundamentais para
as atividades produtivas, para o deslocamento, para o abastecimento, para o
lazer, para o atendimento dos serviços públicos, e para a saúde, por meio de
pistas de lazer, áreas esportivas, e ainda indiretamente pela eliminação de
águas paradas, ou de pó nas vias públicas.
Cabe considerar que estes sistemas de infraestrutura urbana
apresentam funcionalidades específicas, com base em seus princípios de
funcionamento e nos requisitos básicos para desempenho, de modo que elas podem
ser tratadas de modo particular, mas, por outro lado elas estão integradas, de
modo que as suas funcionalidades podem ser comprometidas mediante uma disfunção
de algumas delas. Por exemplo, a capacidade de vazão de um canal não pode
comprometer as condições de trafegabilidade de uma avenida que esteja
adjacente.
Portanto, condições particulares do meio físico serão
relevantes para a implantação, respeitando-se declividades, cotas de terreno,
condições de assentamento, posição de lençol freático, entre outros fatores.
A presença da infraestrutura urbana pode estar associada
também à tipologia habitacional, ao desenho urbano, ao adensamento, e à
verticalização. Da tipologia urbana se pode conceber o desenho urbano, associado
com a criação de vias específicas e densidades habitacionais correspondentes;
da densidade habitacional se pode considerar o adensamento da área, sendo este
importante para viabilizar com menores custos a implantação dos serviços de
infraestrutura por habitação, assim como, de melhor conduzir ao aproveitamento
dos serviços implantados. Se discute hoje tanto os possíveis benefícios como os
malefícios da verticalização (Figura 1), ou do espraiamento de uma cidade.
O desenho urbano pode reduzir os custos de implantação dos serviços de pavimentação, por meio da hierarquização do sistema viário, assim com prover áreas de vivências intercaladas, com a criação de áreas permeáveis, que também possam favorecer a infiltração das águas de precipitação (Figura 2). Ainda, pode-se acrescentar as possíveis melhorias decorrentes da implantação de áreas verdes e arborização, diminuindo desta forma as ilhas de calor.
As condições de infraestrutura em termos materiais se colocam relevantes, à medida que materiais específicos são necessários para o atendimento de requisitos de desempenho especiais. Por exemplo, para um corredor de tráfego, se necessita de menor resistência ao rolamento, menor ondulação da pista, menor necessidade de manutenção, menor dissolução mediante o derrame de combustíveis, além da eficiência dos sistemas de sinalização.
Além de tudo o que foi apresentado, tem-se as questões de sustentabilidade.
O uso de materiais não renováveis, o consumo de combustíveis induzido pela
proposta reinante, a climatização, e ainda, as condições de riscos, como os de
enchentes e de perda de estabilidade dos terrenos, conforme o modo de
implantação, são fatores que devem ser analisados.